Segunda, 20 de Janeiro de 2025 13:51
(71) 99663.6360
Pojuca Feriado

Tragédia do trem em Pojuca completa 40 anos

Identificação dos corpos carbonizados levou um mês na época

31/08/2023 08h20
Por: Redação Fonte: Mais Região
Reprodução
Reprodução

Em 31 de agosto de 1983, três vagões levavam combustível, quando o trem descarrilou em Pojuca. Nesta quinta-feira (31), a tragédia completou 40 anos, e no município o feriado é uma forma de relembrar as vítimas do desastre.

Na época, os vagões que pertenciam a Rede Ferroviária Federal (RFFSA) levavam 126 mil litros de gasolina. A lentidão das autoridades em conter o vazamento e a ação de saqueadores provocaram a explosão de três vagões, matando cerca de 100 de pessoas. 

Com os vagões voltados para pequenas casas na vizinhança da linha férrea, moradores resolveram retirar e armazenar o combustível dentro de suas casas para ser vendido no dia seguinte.

Crianças, em suas bicicletas, eram as figuras mais vistas levando o combustível para lá e para cá, segundo relatos de moradores.

Mas a tragédia, mesmo, não foi bem o descarrilamento do trem, e sim o que aconteceu por volta das 20h30 daquele 31 de agosto de 1983, uma quarta-feira. Não se sabe o que foi o estopim da tragédia - talvez um fósforo ou o acender de uma lâmpada e suas faíscas. Fato é que, com o solo da cidade encharcado de combustível durante o dia todo, a explosão fez o fogo engolir quem estava por perto.

Pelo menos 15 casas incendiaram instantaneamente. A 'língua de fogo', como descreveu um morador, consumiu a cidade durante a noite toda. Aquela que ficou conhecida como a tragédia mais letal da Bahia terminou com 99 mortos e 100 feridos. A empresa Rede Ferroviária Federal foi responsabilizada.

Confira mais detalhes da tragédia 

Por volta das 7h da manhã de 31 de agosto de 1983, o trem de carga transportando 22 vagões de gasolina e óleo diesel de São Franco do Conde (BA) para Laranjeiras (SE) descarrila nas proximidades de Pojuca (BA). Três vagões do tipo TCD vazam cerca de 126 mil litros de gasolina em torno do perímetro urbano da cidade.

O trecho onde ocorreu o descarrilamento era situado em patamar mais alto que o perímetro urbano de Pojuca, de forma que o combustível escorria pelo pequeno talude da ferrovia até as residências mais próximas da linha férrea. Inicialmente assustados com o desastre, dezenas de moradores começaram a saquear a carga, transportando o combustível que vazava dos vagões em bacias, latas e outros meios para ser revendido na cidade. Funcionários da RFFSA e da Petrobras chegaram apenas algumas horas após o descarrilamento e tomaram as seguintes providências:

- Desengataram os vagões restantes e a locomotiva (após breve inspeção que não constatou danos no restante da composição), que seguiram viagem para seu destino original;

- Foram solicitados caminhões tanque da refinaria da Petrobras mais próxima;

- Foi notificada a Polícia Militar da Bahia, que providenciou um pequeno pelotão de reforço para o destacamento de Pojuca a fim de conter o saque;

Essas ações, porém, não foram suficientes para conter o saque do combustível. O lento trabalho de transferência do combustível dos vagões para caminhões tanque prosseguiu por toda a tarde e início da noite. Por volta das 20h, uma fagulha desencadeou a explosão dos três vagões. O fogo se alastrou pelo solo encharcado de gasolina ao redor do local do acidente e em pouco tempo atingiu as casas ao redor da linha, atingidas pelo vazamento. Em pouco tempo, dezenas de pessoas morrem carbonizadas pela explosão enquanto outras encontravam-se vivas, mas severamente queimadas. Até o fim da noite de 31 de agosto, 42 pessoas haviam morrido enquanto que 69 encontravam-se em estado grave, com queimaduras em 80 a 100% do corpo. O resgate das vítimas foi feito de forma improvisada.

A cidade de Pojuca não dispunha de centro médico para atender tantos feridos e, assim, as autoridades locais requisitaram todos os veículos disponíveis (incluindo ônibus, caminhões, carros particulares, viaturas de polícia,etc) para transportar os feridos até Salvador (cerca de 70 km de distância).

O grande número de feridos levado para o Hospital Getúlio Vargas causou um tumulto no atendimento. Posteriormente, foi organizado um esquema de atendimento emergencial envolvendo 11 hospitais de Salvador. Ao mesmo tempo, os primeiro corpos carbonizados e irreconhecíveis das vítimas chegavam ao Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Nos dias que se seguiram ao desastre, mais pessoas morreram em hospitais elevando a cifra de mortos para cerca de 100 pessoas.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Sobre o município
Mata de São João, BA
Atualizado às 11h06
30°
Tempo nublado

Mín. 21° Máx. 30°

33° Sensação
1.38 km/h Vento
62% Umidade do ar
100% (6.87mm) Chance de chuva
Amanhã (21/01)

Mín. 21° Máx. 35°

Tempo nublado
Amanhã (22/01)

Mín. 22° Máx. 34°

Parcialmente nublado