Uma mulher foi condenada pelo crime de injúria racial após uma discussão entre vizinhos em Lauro de Freitas, na região Metropolitana de Salvador. Segundo o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), responsável pelo oferecimento da denúncia, Gildete Nascimento de Oliveira teria proferido a frase: “É porque eu não gosto da sua cara! Seu negro descompreendido! Corno!”, contra a vítima, que passeava com um cachorro em via pública.
O caso foi divulgado pelo MP-BA nesta sexta-feira (06). A mulher foi condenada a dois anos de prisão e dez dias-multa ao valor de 1/30 do salário-mínimo pelo crime em questão. Segundo a promotora de Justiça Ana Paula Canna Brasil Motta, autora da denúncia, a ofensa, registrada em depoimento pela vítima e por testemunha presencial, foi considerada de cunho notoriamente depreciativo e racista.
Na sentença, com base no artigo 44 do Código Penal, o juiz determinou a substituição da prisão por aplicação de penas restritiva de direitos, que serão definidas pelo juízo da execução. De acordo com a sentença, publicada no dia 9 deste mês, a expressão “negro descompreendido” carrega uma carga simbólica estigmatizante ao associar a identidade racial da vítima a uma suposta incapacidade de compreensão ou comportamento adequado. Para a Justiça, tal expressão evoca uma imagem estereotipada do negro como sujeito irracional, deslocado e indesejado, revelando uma intenção discriminatória que transcende o mero conflito pessoal.
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