O acusado de estrangular uma jovem de 19 anos até a morte em Simões Filho, vai a júri popular na segunda-feira (11). Inicialmente, Helder Andrade Santos seria julgado em 10 de julho, data que acabou sendo adiada. Ele é acusado de matar por asfixia a jovem Stephanie Silva Santos de Souza, em 2018.
O corpo de Stephanie foi encontrado em um terreno abandonado de Simões Filho em 28 de maio de 2018.
O julgamento acontecerá às 9h, no Fórum da Comarca de Simões Filho. O réu irá responder pelos crimes de homicídio com três qualificadoras: fútil, asfixia e emboscada.
Relembre
Stephanie era estudante do 1º ano do Colégio Estadual Desembargador Pedro Ribeiro, em São Caetano, bairro onde morava, e desapareceu a poucos metros de casa. O corpo foi encontrado no dia seguinte, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador, com sinais de estrangulamento.
Na época da prisão de Helder, o delegado Leandro Acácio, da 22ª Delegacia (Simões Filho), disse que desde que assumiu a unidade o caso era uma das suas prioridades. Ele contou que os métodos tradicionais já tinham se esgotado, sem resultado. "Porque o fato foi praticado em local totalmente deserto. Não tinha testemunha. A gente teve que adotar outros tipos de método de investigação", diz ele.
"Conheceu a família quando era motorista de ônibus, depois deixou e passou a rodar transporte por aplicativo. E fazia serviço particular para família, não só para essa família, mas todo mundo que precisava de transporte. Combinavam com ele quando precisavam. Num desses encontros que ele começou a despertar interesse pela menina. Ela não queria", relata o delegado.
A partir daí, o suspeito passou a tentar ficar sempre próximo de Stephanie."Ele criou uma obsessão pela menina. Passou a ajudá-la, de certa forma, com alguns valores. Quando ele viu que não seria correspondido... Ele tentava agradar, agradar, agradar. Quando viu que ela não queria ceder de jeito nenhum, ficou com raiva e resolveu matá-la", diz.O delegado o chamou para depor inicialmente como testemunha, mas diz que durante o depoimento o homem entrou em contradições. "Quando confrontei com alguns dados que eu tinha, ele mentiu. Ali eu já vi.. Acendeu o sinal".
Assim que o mandado de prisão foi expedido, a Polícia Civil procurou o suspeito em casa e soube que ele estava trabalhando. Foram então ao trabalho dele, que fica na cidade, para tentar prendê-lo.
Quando foi informado que a polícia queria falar com ele, o homem foi para o estacionamento e fugiu. Ainda chegou a jogar o carro na direção da equipe policial que sinalizou para ele parar. "Jogou e desviou ao mesmo tempo e saiu em disparada, em alta velocidade".
As tentativas para prendê-lo continuaram. "A gente foi diversas vezes na residência dele, no trabalho, ele ficou oito dias sem conseguir trabalhar. E a gente todo dia indo lá. Até então ele não sabia que estava com esse mandado", explica. Depois dessas várias tentativas, o delegado resolveu deixar uma intimação com a mãe do suspeito, tentando sensibilizar para que ele comparecesse. O suspeito acabou se entregando e foi preso.
Confissão
Depois de ser preso, o homem confessou o crime, mas alegou outra motivação para a violência, que o delegado considera mentirosa."Ele confessou que fez, mas mentiu com relação ao motivo. Tentando difamar, disse que tinha emprestado dinheiro a ela, que ela não pagou. Que ele foi cobrar, entraram em discussão e ela foi para cima dele. E ele em um momento de fúria acabou estrangulando ela".Como conhecia a vítima, o suspeito nem precisou armar uma emboscada para sair com ela. "Não precisou de muito artifício porque se conheciam. Como ele estava naquela de agradá-la, foi mais um dia. Ele marcou com ela. Eles saíram de São Caetano e de lá ele acabou cometendo esse ato e jogando o corpo dela no CIA".
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