Vocês já devem ter ouvido o termo puerpério, certo? Mas e na adoção, isso acontece? Adianto que acontece e é FORTE!!!!!
Leiam o texto abaixo, vindo do Grupo de Apoio a Adoção de Caruaru (GAAP) que retrata bem esse sentimento e depois, nos comentários, digam o que acharam, please!!!!!!
“NA ADOÇÃO O PUERPÉRIO É REAL E INTENSO. Especial mente na tardia. E não tô falando de xixi na cama ou da birra, ou de não querer fazer tarefa escolar. Eu estou falando de dor emocional. Do medo de achar que seu filho é diferente porque veio da adoção. Que aquele menino meigo que te desafia tem o gene ruim, como muita gente te disse. Sabe aquela imagem que a sociedade construiu de uma família radiante o tempo todo? Ela não existe.
Não me entenda mal, é claro que você estará feliz com a chegada do seu filho ou filha. Sabe por que? Porque adoção não é só chegada, é partida também. Se ali nasceram um filho e uma mãe, ali também morreu tudo que você era até então.
Não se iluda, nada mais será como antes. Eu não tô falando do cansaço que será seu fiel companheiro, nem das poucas e corridas refeições que você fará, ou ainda dos banhos sempre interrompidos. Isso é o de menos. O que mudará de forma irreparável é sua alma.
Uma hora a criança está ali, implorando afeto, se portando como um bebê, mesmo que tenha 10 anos. Vão te dizer que não é normal querer mamadeira, ou chupeta. Minutos depois vai estar berrando diante de um não, dizendo que quer voltar para o abrigo.
Seu filho está ali, mas você não consegue enxergar. A empatia por todo o sofrimento dele vai pelo ralo. Não adianta lembrar que ele foi espancado a vida toda, negligenciado, violentado. Naquele momento, aquela criança difícil está te enfrentando e te desafiando; e está também jogando fora o sonho da maternidade perfeita que tanto enfiam na nossa cabeça.
Nosso puerpério é a FAMOSA FASE DE TESTES. Pode durar um mês ou 5 anos. De repente, você percebe que não cabe mais nos antigos planos. Só que, ao mesmo tempo, a rotina vai te massacrar e enlouquecer muitas vezes, quando ao fim do dia você perceber que ainda não escovou os dentes desde que acordou. Seu companheiro ou companheira voltará a trabalhar antes mesmo que você descubra onde estão guardados os pijaminhas sem pé, ou o material escolar e isso também vai doer. A solidão vai doer. E você vai querer colo, mas vai ser cobrada a apenas dá-lo.
A verdade é que a sociedade não tem empatia nenhuma pela puérpera, biológica ou adotiva. O que ouvimos é "você esperou tanto, por que é que você pode estar triste?! Não seja ingrata!". Ou "Não falei que essa história de adoção não dá certo, criança adotada puxa o sangue ruim."
Mas o puerpério é ingrato. Você ama enquanto sofre. Você agradece ao mesmo tempo que implora. Você quer fugir enquanto deseja mais do que tudo ficar exatamente ali. Mas, minha amiga, não se sinta só. E saiba, isso também passa. Assim como a depressão pós-parto, procure ajuda! Acredite, você também precisa. Não, você nunca mais será a mesma, mas acredite: você ainda agradecerá por isso e se orgulhará da fênix que toda nova-mãe e novo-pai são.
No próximo mês, continuaremos esse tema! Muitas dores serão entendidas e muito apoio poderá vir, após as pessoas compreenderem a real importância de validar o sentimento das puérperas (os) nessa fase da vida e construção de vínculo familiar!
Até o próximo mês. E o tema será, novamente, puerpério!!!!
Papaizão Fred
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