A big band Afrocidade surgiu em 2011, em Camaçari, e conquistou uma legião de fãs na Bahia e também no Brasil. Foi nas aulas de percussão ministradas pelo diretor musical Eric Mazzone que nasceu o grupo e, segundo o artista, o desejo de torná-lo um bloco afro. Em entrevista, Mazzone, que também é vocalista, comentou sobre essa vontade.
“A gente vem acompanhando os blocos afro desde quando começamos a pesquisar sobre a música afro-baiana, sobre a diáspora africana. Não só a música como a dança, a moda e a educação. Os blocos afro conseguiram juntar tudo isso e dialogar com as comunidades de uma forma muito verdadeira e fazer com que o resultado disso fosse potencializado durante todo o ano nas ações que acontecem tanto na sede do bloco como no carnaval”, disse ao portal A Tarde, antes de subir no palco ao lado dos outros integrantes para fazer uma participação especial no 'O Molho: O Ensaio do Maridão', do pagodeiro O Kanalha.
Mazzone pontuou que os blocos afro “são referência para o mundo todo, de como se desenvolver através da música, da arte, da moda, da dança e como potencializar isso através desse movimento artístico”, afirmou. "O Afrocidade com certeza vai se tornar um bloco afro, essa é a nossa missão", completou o músico.
Na oportunidade, o artista abordou a importância de entender como dialogar com as tecnologias que estão surgindo. “A gente é de periferia e entende a importância tanto do tambor, dessa tecnologia raiz, como do tambor digital também, que é o beat que está rolando. A gente precisa encontrar um mecanismo de fazer essa engrenagem funcionar”, ressaltou.
Suporte para os blocos afro
Segundo Eric Mazzone, os blocos afro de Salvador e de toda a Bahia precisam ter muito mais suporte. “A gente vem acompanhando, recentemente teve o ressurgimento do bloco 'Os Negões'. e a Luma [Nascimento], que é filha de um dos diretores, está sendo diretora de um dos nossos clipes. Então, nós temos uma relação”, afirmou.
O Afrocidade realizou o conhecido ‘Afrobaile’ no dia 8 de novembro de 2024, sede do bloco afro Ilê Aiyê, localizado no bairro do Curuzu. Uma experiência que o grupo classificou como “fantástica”.
“A gente se sentiu super integrado com o espaço. Entendemos que esse é o melhor caminho a seguir, é o caminho que a gente deve seguir, não só como banda, mas também como um futuro projeto que dialoga com Camaçari, Salvador e toda a Bahia”, completou Eric.