Maio chegou — mês das flores, mês de renovação, mês de fé.
Para os católicos, maio é também o mês dedicado a Maria, a mãe que cuida, que acolhe, que ensina com amor. Mês que dedicamos as mães! É tempo de celebrar a beleza que nasce mesmo depois das chuvas, a esperança que floresce mesmo nos dias difíceis.
E é nesse maio tão cheio de significados que recordamos, com carinho e gratidão, a partida do Papa Francisco, esse jardineiro da fé que espalhou sementes de amor, de respeito e de solidariedade pelo mundo inteiro.
Lembro bem de quando ele veio ao Brasil logo após ser anunciado como Papa e, com aquele sorriso cheio de ternura, nos perguntou:
"Será que sempre dá pra colocar mais água no feijão?"
Ah, Francisco... ele já sabia a resposta.
Sabia que, por aqui, o prato pode ser simples, mas o coração é gigante.
Onde tem amor, sempre cabe mais um. Sempre tem espaço para mais um prato, mais um abraço, mais uma esperança.
Aqui na Bahia, a gente entende disso como ninguém.
Nossa terra é feita de muitas fés: tem igreja católica, terreiro de candomblé, culto evangélico, reza forte no quintal, oração sussurrada na madrugada.
Por aqui, a fé tem muitas caras, muitos cantos, muitos ritmos.
Foi isso que Francisco enxergou e nos pediu para valorizar ainda mais:
que a verdadeira fé não separa, ela une. Que não importa o nome da crença, importa o amor que ela espalha. Que mais bonito do que rezar de joelhos é viver de mãos dadas.
Agora, o Papa jardineiro parte, mas as sementes que ele plantou seguem vivas e florindo em gestos de gentileza, em olhares de compaixão, em abraços que dizem "você é bem-vindo" sem precisar de palavras.
Cabe a nós seguir adiante, do jeitinho que ele mesmo perguntando já sabia a resposta:
colocando mais água no feijão, mais respeito nas relações, mais amor no mundo.
Obrigada, Papa Francisco.
O senhor nos viu e nos amou do jeitinho que somos: coloridos, crentes, cheios de fé e de esperança.
E é com essa mesma esperança que acolhemos o novo tempo que se anuncia.
Sabemos que cada Papa traz sua luz, sua missão, seu jeito, seu chamado.
E como Francisco nos ensinou, acreditamos: não importa quem venha, enquanto houver respeito e muito amor, o jardim continuará a florescer.
Que venham novos tempos, novas sementes, novos frutos, porque a esperança, esta, ninguém pode arrancar do coração que crê.
Nos vemos no próximo mês,
Lizandra Cruz Monteiro
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