A Polícia Federal afirma, no relatório que pede o indiciamento de Jair Bolsonaro e de mais 36 pessoas, que o ex-presidente da República tinha “pleno conhecimento” da operação Punhal Verde e Amarelo – o plano orquestrado por integrantes da ala radical do Exército para neutralizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Há também nos autos relevantes e robustos elementos de prova que demonstram que o planejamento e o andamento dos atos eram reportados a Jair Bolsonaro, diretamente ou por intermédio de Mauro Cid”, diz a PF, que acrescenta:
“As evidências colhidas, tais como os registros de entrada e saída de visitantes do Palácio do Alvorada, conteúdo de diálogos entre interlocutores de seu núcleo próximo, análise de ERBs, datas e locais de reuniões, indicam que Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do planejamento operacional (Punhal Verde e Amarelo), bem como das ações clandestinas praticadas sob o codinome Copa 2022”, afirma o órgão.
No trecho em que a PF detalha o suposto plano para neutralizar Alexandre de Moraes, o órgão liga o ex-presidente ao plano pelo fato de que o general de brigada Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército e então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, imprimiu a minuta da operação Punhal Verde e Amarelo em 6 de novembro, no mesmo dia em que Bolsonaro suspendeu o período de enclausuramento no Palácio do Alvorada e teve várias reuniões no Palácio do Planalto.
“Fica evidenciado que no dia 06/12/2022, no horário em que o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, imprimiu o documento Plj.docx (18h09min), possivelmente relacionado ao planejamento operacional da ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes e assassinar o presidente e vice-presidente eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, o então presidente da República Jair Bolsonaro também estava no Palácio do Planalto”, diz a PF no trecho sobre o plano para neutralizar Lula e Alckmin.
“Os diálogos [entre os investigados] demonstram que já havia uma interlocução entre lideranças das manifestações antidemocráticas e integrantes do governo do então presidente Jair Bolsonaro, por meio de militares ‘kids pretos’, para dar respaldo e intensificar os movimentos de ataque às instituições”, descreve a PF ao citar a forma como o governo federal, na gestão Bolsonaro, foi leniente com as manifestações pós-eleições de 2022.
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