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Política em Foco Interferência

PF indicia ex-diretores da PRF por acusação de tentar impedir votos na eleição de 2022

Polícia Rodoviária aumentou blitze no Nordeste, onde o então candidato Lula era líder nas pesquisas

22/01/2025 08h56
Por: Redação Fonte: Correio 24h
Divulgação
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A Polícia Federal (PF) indiciou mais quatro ex-integrantes de alto escalão da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas investigações sobre tentativas de obstruir o deslocamento de eleitores no Nordeste durante o segundo turno das eleições de 2022. As informações foram divulgadas pelo Uol. 

Os indiciados são Luis Carlos Reischak Jr., ex-diretor de Inteligência da PRF e ex-superintendente no Rio Grande do Sul; Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-coordenador de Inteligência; Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações; e Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Inteligência. Além desses nomes, Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também foi indiciado.

Os indiciados respondem por crimes como desobediência, prevaricação, restrição ao direito de voto e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Segundo as investigações, a cúpula da PRF, então chefiada por Silvinei Vasques e subordinada ao ministro da Justiça, Anderson Torres, ordenou ações ilegais para dificultar o deslocamento de eleitores do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

No dia 30 de outubro de 2022, após várias denúncias de eleitores alegando dificuldades para votar devido a blitzes da PRF, especialmente no Nordeste, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, solicitou explicações a Silvinei Vasques. Este alegou que a atuação da PRF visava apenas garantir a segurança durante o pleito, mas as investigações indicaram que o verdadeiro intuito era prejudicar o deslocamento dos eleitores de Lula, favorecendo o então presidente Jair Bolsonaro (PL). O segundo turno da eleição foi vencido por Lula.

A PF também revelou que o efetivo da PRF foi significativamente maior no Nordeste do que nas outras regiões do Brasil, e o número de ônibus fiscalizados também superou a média nacional. Silvinei Vasques  e Anderson Torres foram indiciados no ano passado pelo episódio. 

Além dos ex-dirigentes da PRF, a PF indiciou também quatro policiais federais sob suspeita de restringirem ou dificultarem, com uso de violência física ou psicológica, os direitos políticos dos eleitores. Os policiais indiciados são Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar. A pena para esses crimes pode variar de 3 a 6 anos de reclusão, além de multa e punição adicional pela violência empregada.

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