Greenwashing: nem todo verde é eco

Na coluna do mês passado abordei a data comemorativa do Dia Internacional do Meio Ambiente, sua importância, seus impactos e como ainda temos bastante para melhorar. (Caso não tenha visto, podes ler aqui). A questão é que vivemos um momento chave na história da humanidade com relação aos efeitos de nossos impactos na natureza, desta forma há um apelo pela ‘sustentabilidade’, com produtos e processos menos nocivos aos ecossistemas e ao planeta.

Nessa pegada, cada vez mais vemos propagandas enaltecendo marcas ‘preocupadas com o  meio ambiente’. Porém, nem tudo é o que parece.

Empresas e organizações buscam melhorar sua imagem e atrair consumidores por meio de práticas relacionadas à sustentabilidade ambiental, grandes campanhas de marketing divulgam o quanto tais marcas preocupam-se com a natureza. No entanto, muitas das vezes é apenas isso, marketing. Essa prática é chamada de greenwashing e, infelizmente, tem impactos significativos na vida das pessoas e no meio ambiente.

Uma das formas mais comuns de greenwashing é a utilização de rótulos enganosos em produtos. Por exemplo, uma marca de produtos de limpeza rotular suas embalagens como “eco-friendly”, quando na verdade contêm substâncias químicas prejudiciais tanto para a saúde humana quanto aos ecossistemas.

Outro exemplo, bastante relevante e conhecido, de greenwashing é no setor da moda. Muitas marcas lançam linhas de "moda sustentável" sem terem realmente mudado suas práticas de produção.  Por vezes até passam a utilizar uma parcela de materiais reciclados em determinado item, mas ignoram questões importantes, como condições de trabalho justas em suas cadeias de suprimento ou descarte adequado de resíduos têxteis. Ou então, desenvolvem um único produto com matérias primas recicláveis e utilizam-o como bandeira da empresa, que continua tendo todo o restante da produção de alto impacto.

Bem, talvez algumas pessoas estejam se perguntando: o que isso tem de tão relevante?

Como resultado de tais ações, consumidores são levados a acreditar que estão fazendo escolhas corretas ao adquirir certos produtos. Isso, além de dificultar a identificação de produtos e serviços verdadeiramente sustentáveis, afasta a população dos impactos realmente significativos. As pessoas ao  verem um ‘produto sustentável’ de determinada marca, não questionam sobre os impactos reais da mesma no meio ambiente, impedindo que os problemas reais sejam enfrentados de maneira adequada.

É fundamental que os consumidores estejam atentos, busquem informações confiáveis e façam escolhas conscientes, de modo a pressionar por mudanças concretas nas práticas das empresas e promover um futuro mais sustentável.

E você? Já parou para pensar sobre os produtos e marcas que consome?

Até o próximo mês,

Um abraço,

Landis ;)